quarta-feira, 17 de julho de 2013

Só porque gostei!

"Estou apaixonada. Se apaixonada era o que não queria estar. Dói-me no peito, aperta-me o estômago, Sinto o mundo às voltas… Apetece-me vomitar. Mas quando o álcool percorre o corpo, não passa do gosto forte à liberdade? Perdemos o ponto de equilíbrio, quando descobrimos inebriada a felicidade. Somos mais nós quando não somos, explodimos em vómito as incompreensões da alma indecifrável...como nos copos chineses, vemos clara a imagem, ausente na sobriedade cínica da água potável. …sem sabor ou cheiro próprio. A ressaca leva-nos o sonho, mas voltamos sempre a outro copo, procurando no fundo a resposta do sentimento. E o que descobrimos lá dentro? Um ser confuso, atormentado...Toda a nossa alma dentro do vidro. Um ser diferente, um ser despido. Estou apaixonada pela complexidade do descomplexo. Pelo que me mostra o meu reflexo, num mundo grande demais para ser todo. Desenhado numa bola de entendimento fácil... Mapa do tesouro escondido. Existe algures, por detrás do lodo… Do que se quer, do pretendido. Somos mais do que o que queremos. Do que as nossas mãos tentam fechar. Somos, fomos…sempre seremos… ...impulso cego… Vultos sedentos no meio de um bar. (Estou apaixonada. Não queria estar.) Os lábios molham-se, o coração embriagado entrega-se ao vício das lágrimas de líquido salgado…caiem sobre o copo quase entornado. Beijam-se as bordas...depois um golo desesperado. Vou vomitar…está quase quase… Mas amanhã devo voltar." Desconheço o autor

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